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Revista NexDay | Renata Rubim
“SE TUDO TEM SUPERFÍCIE E COR, ENTÃO TUDO O QUE TEMOS A FAZER É APERFEIÇOAR O TATO E AFEIÇOAR O OLHAR SOBRE ELAS.”
Renata Rubim
Até o final dos anos 1980, o design desenvolvido para tecidos, papéis e cerâmicas não era entendido como uma ciência única. Cada área tratava de seus projetos de forma isolada, considerando apenas as suas peculiaridades. Até que Renata Rubim desembarcou em Porto Alegre, em 1986, após uma temporada de um pouco mais de um ano na secu¬lar Rhode Island School of Design (RISD), nos Estados Unidos. “Lá, frequentei o departamento de Surface Design, e, en¬tão, descobri a denominação. Eureka! Ali estava o que era para ser!”, revela a de¬signer, que fora contemplada com uma das dez bolsas de estudos oferecidas ao Brasil na época. E implantou, no país, o conceito de que qualquer produto pode ser transformado em inovação estética, considerando o estudo de volume, tex¬turas e materiais.
O “tesouro” que esta carioca radicada em Porto Alegre desde os onze anos de idade trouxe na mala foi uma metodologia única, que logo passou a compartilhar. “Está baseada no método criativo que capacita a se criar sempre; nas avaliações críticas da produção realizada; e no respeito que as pessoas têm pelo design e pela competência do indivíduo. É de uma riqueza imensa”, considera. De lá para cá, tem ministrado uma centena de workshops, palestras, cursos, minicursos e aulas inaugurais em instituições por todo o país, incluindo cursos de extensão em quase todas as universidades gaúchas e outras tantas em outros estados. E, também, em seu ateliê na Renata Rubim Design & Cores, fundado em 1987, ano em que completava duas décadas de diplomação, pelo Instituto de Artes Decorativas (IADE).
“Eu sempre fui apaixonada por design. Como a ênfase do curso era no design gráfico, ao perceber a grandeza e a importância dessa área, deduzi que, realmente, o meu objetivo era outro”, confessa.
Os primeiros clientes da empresa foram a Artex, a Tabacow e a TokStok, empre¬sas para as quais já prestava serviço de forma autônoma. O segmento têx¬til sempre prevaleceu em sua carreira, pela experiência de Renata nessa área e pela sua paixão especial por tapetes, como revelam seus desenhos de infân¬cia. “Antes de estudar em São Paulo, fui aprender tecelagem manual na Artesanato Gramadense, na serra gaúcha, o primeiro do gênero na região. Mais tar¬de, depois do curso, voltei para Grama¬do, onde trabalhei por doze anos numa grande série de tapetes que foram expostos no Brasil e no exterior”, conta. Em sua trajetória profissional, está a consultoria em cores e criações para roupas de cama, sandálias, papelaria, camisetas, porcelanas, revestimentos cerâmicos, e muito mais, com dezenas de exposições individuais e coletivas; a publicação do primeiro livro sobre o tema no país – “Desenhando a Superfície” (Ed. Rosari. São Paulo/SP; 2005); e premiações nacionais e internacionais, incluindo três troféus no “Oscar do Design”, o iF Design Award, com revestimentos produzidos em parceria com a Solarium. “Prêmios internacionais me deixaram muito feliz, mas é mais uma comprovação de que viver de design lá fora deve ser mais fácil do que no Brasil. O destaque da minha carreira talvez tenha sido jamais desistir”, reflete.
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